Entendendo o funcionamento das plaquetas e da coagulação
As plaquetas são pequenos fragmentos de células, produzidos na medula óssea (a “fábrica do sangue”), a partir de uma célula chamada megacariócito. As plaquetas estão presentes no sangue e ali permanecem por um período de 10 dias, sendo posteriormente removidas, por células do fígado e baço. Elas desempenham um papel importante nos vasos sanguíneos, impedindo a ocorrência de grandes sangramentos.
Para tanto, as plaquetas são atraídas para os locais onde ocorrem a lesão de algum vaso. Ali, as plaquetas inicialmente se aderem a parede do vaso, através de um fator chamado von Willebrand (uma proteína presente nas plaquetas, plasma e parede dos vasos sanguineos), e começam a atrair mais plaquetas a se agregarem (plaquetas a plaquetas), formando um “tampão plaquetário”. A depender da lesão e do vaso, outros fatores começam a ser produzidos para que ocorra a coagulação do sangue neste local. Esse fator de von Willebrand normalmente se encontram associados ao fator VIII da coagulação, que é importante na continuidade de toda a formação do coágulo, para impedir sangramentos. Vários outros fatores têm papel importante nesse processo, que denominamos de “cascata da coagulação”.
Laboratorialmente, a quantidade normal de plaquetas no sangue se encontra entre 150.000 e 450.000/mm³.
Existem algumas situações que podem levar a uma diminuição dessa quantidade (denominada de trombocitopenia ou plaquetopenia) ou aumento (trombocitose ou plaquetose).
Quaisquer outras alterações nesse processo de formação do tampão plaquetário e na formação do coágulo estão relacionadas a distúrbios de hemostasia/coagulação, que levam a sangramentos (de maior ou menor grau), bem como ao desenvolvimento de tromboses, quando se tem uma obstrução de um vaso por um coágulo sanguíneo, que impede seu fluxo.